Ontem, dia 11 de fevereiro, uma das divas mais aclamadas dos anos 90 foi encontrada morta na banheira de seu hotel, em Beverly Hills. Whitney Houston participaria neste domingo da 54ª cerimônia do Grammy.
"É 2012...", confesso que este foi o primeiro pensamento que tive quando ouvi a notícia. Grandes vozes se calaram nos últimos anos e estar aqui pra presenciar isso é tão triste que me causa apenas a sensação de que só algo como o fim do mundo poderia justificar essas perdas. Alguém lá em cima parece eufórico para desligar a música enquanto ainda tem gente no salão querendo dançar.
- Por favor, seja você quem for. Espere a última dança.
Talentos como Michael Jackson, Amy Winehouse e agora Whitney Houston. Não parece que alguém está abaixando o som?
E de repente as pessoas reconhecem a importância que havia sido deixada pra trás, e ignoram a decadência em que estavam estes artistas logo antes da morte. Filmes serão lançados, os discos sumirão das prateleiras, biografias não-autorizadas serão publicadas e consumidas como água. É uma tentativa vã de tentar manter-se próximo daquilo que não podemos mais ter.
E eu não falo próximos desses artistas. Me refiro à proximidade que buscamos de nosso passado. Michael Jackson queria usar o dinheiro que conquistou para resgatar a infância perdida, Amy buscava nas drogas um refúgio das decepções amorosas, e Whitney talvez tentasse lembrar de quando era agraciada onde quer que fosse por ser a cantora que mais vendeu discos no mundo, "The voice", por ser... Whitney. Afinal, quem nunca cantou bem alto alguma das músicas de Whitney embaixo chuveiro, na esperança de alcançar uma daquelas notas altíssimas? Quem nunca fez mímica labial ao som de "I will always love you" assistindo "O Guarda Costas"? E quem nunca se divertiu imitando os calouros insistem em cantar Whitney, por saberem que é a melhor forma de demonstrar toda a potência vocal e afinação frente aos jurados? Não é "amor repentino" como muitos julgam. É amor acordado, amor reacendido. As músicas desses artistas marcaram a história de muitos de nós, é raro quem não tenha uma história atrelada aos sucessos de algum deles. E é por isso que queremos estar perto das canções, prestar homenagens, mesmo que agora não estejam por perto, é para nos conectar a lembranças de nosso próprio passado.
Filosofei.
E espero de verdade que o volume permaneça como está, por mais um tempo. A festa não pode parar. O último a ir embora apaga a luz.
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