#RIPLacraia

Hoje, Lacraia (ex-dançarina do Mc Serginho) faleceu.

Uma grande perda para a música funk dos anos 90. E um dos raros casos de artistas que atingiram o sucesso juntos e em que o cantor não brigou com a dançarina.
Dentre todas as reportagens que vi de Mc Serginho e Lacraia, mesmo após a separação, só via um falando bem do outro. Mesmo que as pessoas colocassem pilha falando que Serginho e Lacraia tinham um caso, o Mc nunca pareceu ter o menor problema com isso. Casado e com filhos, Serginho sempre demonstrava muito orgulho da amizade que tinha com o parceiro de palco, a quem se referia como irmão. Eu achava bonito isso. Em um mundo tão preconceituoso, ainda mais.

Parecia uma amizade verdadeira.

Na noite passada, quando soube da morte, a primeira impressão era de que só podia ser um hoax. Lacraia, apesar de seus poucos quilos e aparência frágil, sempre aparecia sorridente, rebolante e muito feliz. Bem. Essa era uma boa definição: uma pessoa de bem com a vida. Saudável.
A causa da morte não foi divulgada pelos portais. Alguns especulam doenças que apenas expõe o preconceito pelo gay. Para mim, sinceramente não faz diferença.

A falta que Lacraia fará já não será a mesma, vide que sumiu da mídia há alguma tempo. Não adianta sermos piegas agora por causa de sua morte.

Mas a lembrança que um "vai Lacraia" continuará trazendo, quando em alguma festa sem muito critério musical ouvirmos tocar a "Eguinha Pocotó", seguirá forte. E aumentará cada vez em que vermos um amigo embriagado imitando o "vai Lacraia" tão acelerado quanto o rebolado original e maluco daquele ser andrógino que animou, sendo ele mesmo e sem se importar com o preconceito, toda uma geração.

Vai [com Deus] Lacraia.